segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Notícia(s) do Dia: Morreu Rita Levi-Montalcini, prémio Nobel, aos 103 anos


Morreu Rita Levi-Montalcini, prémio Nobel, aos 103 anos


A investigadora italiana Rita Levi-Montalcini, que venceu o prémio Nobel da Medicina em 1986 pela descoberta dos factores de crescimento das células nervosas, morreu hoje aos 103 anos em Roma.
Considerada uma grande personalidade na medicina, a investigadora marcou a área pelas suas importantes descobertas sobre os neurónios.
Montalcini nasceu em Turim, no norte da Itália, a 22 de Abril de 1909 no seio de uma família judaica e aos 20 anos lançou-se nos estudos da medicina que conclui em 1936, prometendo então jamais “ter marido ou filhos” para se dedicar à investigação
A promulgação por Mussolini, em 1938, das leis raciais discriminatórias, que impediam as carreiras académicas aos judeus, levam a jovem mulher a procurar a especialização em neurologia e psiquiatria.
Durante a II Guerra Mundial instalou um laboratório na cozinha onde fez experiências com embriões de galinhas.
O avanço das forças alemãs obrigou-a a fugir e refugiar-se em caves na Florença onde se aproxima da Resistência e cura os doentes de tifo.
As suas descobertas em galinhas, feitas em condições precárias, valeram-lhe em 1947 um convite para a Universidade de Saint-Louis em Washington onde, durante 30 anos, prossegue uma carreira de investigadora e professora.
Em 1986 obteve o reconhecimento internacional ao receber o Prémio Nobel da Medicina pela descoberta revolucionária dos factores de crescimento das células nervosas, em colaboração com Stanley Cohen.
Esta descoberta permitiu uma melhor compreensão do desenvolvimento do sistema nervoso e provocou um enorme progresso nos estudos das doenças cerebrais como a doença de Alzheimer e complicações neurológicas ligados à diabetes.
Rita Levi-Montalcini esteve também na origem da criação, em 2002, do Instituto Europeu de Investigação Cerebral, um centro de investigação interdisciplinar sediado em Roma e totalmente dedicado ao estudo do cérebro.
Primeira mulher presidente da Enciclopédia Italiana (1993-1998, Montalcini foi membro das academias científicas mais prestigiadas, como a Academia Italiana de Ciências, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e da Royal Society de Londres.

Fonte: LUSA/SOL

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Notícia(s) do Dia: MORREU O ARQUITETO OSCAR NIEMEYER




MORREU O ARQUITETO OSCAR NIEMEYER


Morreu o arquitecto brasileiro Óscar Niemeyer, aos 104 anos. Estava internado há várias semanas num hospital do Rio de Janeiro.

Óscar Niemeyer foi internado dia 2 de Novembro, pela terceira vez este ano, devido a uma desidratação. Desde então o seu estado de saúde foi-se agravando.

O seu nome confunde-se com a arquitectura moderna. Óscar Niemeyer foi o arquitecto do betão armado, dos edifícios de linhas curvas que o seu lápis desenhou.

Formado em Arquitectura e Engenharia em 1934, Niemeyer viu o seu primeiro edifício ser construído em 1937 no Rio de Janeiro, a cidade onde manteve o seu atelier na avenida que olha a baia de Guanabara.

Niemeyer, que integrou a equipa de arquitectos que projectou a sede das Nações Unidas em Nova Iorque, foi sempre um homem dado à política. Filiou-se no Partido Comunista brasileiro, em 1945.

Influenciado pelo arquitecto francês Le Corbusier, Óscar Niemeyer foi o responsável pelo projecto da cidade de Brasília, onde desenhou edifícios emblemáticos como o Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro.

Em Portugal, tem apenas uma obra, na cidade do Funchal: o Pestana Casino Park, projecto de 1966.
Óscar Niemeyer, que ultrapassou a barreira dos 100 anos sempre no activo, definia assim a matéria de que se faz um arquitecto: “Sempre digo e insisto muito que o ensino da Arquitectura, de qualquer outra escola superior, devia ser seguido de conversas paralelas, literatura, de ciências sociais, Filosofia, não para transformar o arquitecto num intelectual, mas num homem familiarizado com a vida”.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

À Volta com a Vida: GRANDE ARTIGO DE NICOLAU SANTOS NO EXPRESSO (VALE A PENA LER)




“Semanário Expresso, Nicolau Santos "

Senhor Primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes. Também eu, senhor Primeiro-ministro. Só me apetece rugir!… O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País! Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficit é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento. O déficit já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficit é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias. E você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus? Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado. Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficit ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficit? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego? O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto. Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro. Outro exemplo: as parcerias público-privadas, grande sugadouro das finanças públicas. Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V. Ex.ª cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal! Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuína ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim. Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

As mais belas Bibliotecas do Mundo: BIBLIOTECA KLEMENTIUM OU NACIONAL DE PRAGA, REPÚBLICA CHECA


BIBLIOTECA KLEMENTIUM OU NACIONAL DE PRAGA, REPÚBLICA CHECA


Construída pelos jesuítas, é o segundo maior complexo de edifícios em Praga. Contém a Capela dos Espelhos, utilizado como um local de encontro da música clássica.
Biblioteca Municipal de Praga (em Checo: Mostská knihovna v Praze) é uma biblioteca pública. A biblioteca foi fundada em 1891 pelo Conselho da Cidade de Praga como uma biblioteca pública municipal da capital real de Praga. Desde 1903 é baseado em Marianske, Praça da Cidade Velha, mas o edifício actual foi construído entre 1925 - 1928 por companhias de seguros urbanos de carga. Em 2007, a RBM tinha 46 filiais e três bibliotecas móveis.
Antigo colégio jesuíta símbolo da reconquista católica, o Clementinum de Praga é um amplo conjunto barroco localizado no coração da Cidade Velha. Ao redor de suas 4 torres encontramos: a biblioteca nacional, duas igrejas e três capelas, salas de exposições e de concertos, uma torre astronómica.
Construído no lugar de um antigo monastério dominicano, o edifício tem o nome de um antigo santuário romano, a igreja de São Clemente.
Chegando a Praga na metade do século XVI, os jesuítas convertem-se em uma congregação muito potente logo depois da batalha da Montanha Branca (1620), desempenhando um papel importante durante a "re-catolização" da Bohemia. O colégio, tão prestigiado como a Universidade de Praga, foi um dos centros docentes mais importantes da cidade na época barroca, o qual era muito apreciado pelas famílias nobres.
Sua construção prolongou-se por muitas décadas desde a metade do século XVII e princípios do XVIII. Arquitectos ilustres como Carlo Lurago ou Kilian Ignaz Dientzenhofer dedicaram tempo a sua construção.
Depois da proibição da Companhia de Jesus em 1773, o Clementinum seguiu sendo um centro docente que albergava igualmente uma imprensa. Ao mesmo tempo, este recinto foi convertido na sede de diversas instituições culturais, entre as quais cabe mencionar a biblioteca imperial que mais tarde passaria a ser nacional.

Clementinum – Torre Astronómica, Biblioteca Barroca, Capela dos Espelhos:

Mariánské Náměstí 5
Praga 1 – Cidade Velha

Acesso: Autocarro - 17, 18 – Parada “Karlové Lázně” ou “Staroměstská “.
Metrô A (linha verde) – estação “Staroměstská”.

Horários de abertura: Janeiro - Março: todos os dias entre 10h-17h (última saída às 16h)
Abril: todos os dias entre 10h-18h (última saída às 17h)
Maio - agosto: todos os dias entre 10h-20h (última saída às19h)
Setembro: todos os dias entre 10h-19h (última saída às 18h)
Outubro - Dezembro: todos os dias entre 10h-18h (última saída às 17h)

CAMPUS DA BIBLIOTECA






ESPAÇO HISTÓRICO







BIBLIOTECA EM DETALHE






SALAS DE LEITURA










sexta-feira, 19 de outubro de 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Imagem do Dia...MANIFESTAÇÃO FRENTE AO PARLAMENTO FAZ SETE DETIDOS


Manifestantes protestam em frente à Assembleia da República durante o protesto "Invasão da Assembleia da República", convocado através do Facebook que juntou cerca de 400 pessoas.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Imagem do Dia...202º Aniversário da Batalha do Buçaco



202º aniversário da Batalha do Buçaco

27 de setembro de 1810
A Batalha do Buçaco aconteceu a 27 de setembro de 1810, durante as terceiras Invasões Francesas a Portugal.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Imagem do Dia...PAISAGEM DE OUTONO


Paisagem de outono


Uma nogueira, um campo de flores amarelas e um céu azul com algumas nuvens completam uma paisagem tranquila num dia soleiro de outono, perto da cidade de Jacobsdorf, Alemanha.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Imagem do Dia...MAU TEMPO NO REINO UNIDO (PARECE QUE EM PORTUGAL TAMBÉM...)


Mau tempo no Reino Unido


Se o clima incerto é uma marca de Londres, por estes dias o Reino Unido está a sofrer as consequências de vento e chuvas torrenciais, que provocaram cheias em várias regiões. A vaga de mau tempo já foi responsável pela morte de três pessoas. A partir de quarta-feira, há previsão de melhoria nas condições meteorológicas.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Imagem do Dia...DESAFIAR O PODER DAS ONDAS


A Cidade do Cabo, na África do Sul, é um dos locais mais famosos do mundo para fazer surf. Na foto, um surfista desafia o poder das ondas do Oceano Atlântico.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Notícia(s) do Dia: Passos garante que ainda não há soluções finais para o futuro da RTP (Quem é que acredita neste senhor???)



Passos garante que ainda não há soluções finais para o futuro da RTP

Pedro Passos Coelho falou ontem pela primeira vez sobre o caso RTP. Foi em Londres que o primeiro-ministro disse que não há razão para "histeria" até porque garante que ainda não existem soluções finais e que tudo será estudado "sem tabus".

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Imagem do Dia...COLUNA DE FUMO DA REFINARIA QUE EXPLODIU EM PUNTO FIJO, VENEZUELA

O Poeta é um fingidor



Sabes quem sou? Eu não sei.


Sabes quem sou? Eu não sei.
Outrora, onde o nada foi,
Fui o vassalo e o rei.
É dupla a dor que me dói.
Duas dores eu passei.


Fui tudo que pode haver.
Ninguém me quis esmolar;
E entre o pensar e o ser
Senti a vida passar
Como um rio sem correr.



Análise do poema "sabes quem sou? eu não sei"


O poema "Sabes quem sou? Eu não sei" é um poema ortónimo de Fernando Pessoa, datado de 12/4/1934, portanto um poema já tardio, pois o poeta viria a falecer em Novembro de 1935.

Trata-se de um poema que contém muitas das marcas indeléveis da poesia ortónima, nomeadamente: a reflexão profunda sobre o ser, o negativismo, a lamentação sobre o passado, a grande simplicidade formal e estética, uso restrito de figuras de estilo ou linguagem emocional evidente, um esquema rítmico fechado, etc...

Tentemos analisá-lo mais em pormenor, estrofe a estrofe:

Sabes quem sou? Eu não sei.
Outrora, onde o nada foi,
Fui o vassalo e o rei.
É dupla a dor que me dói.
Duas dores eu passei.

A primeira linha é uma afirmação negativa da própria personalidade. O "não saber quem se é", afirma a inconsequência de uma vida sem objectivos reais, que não chegou realmente a lado nenhum. Há uma grande insatisfação presente nestas poucas palavras iniciais, mas servem desde logo para nos comunicar o objecto do poema, o tema que será abordado.

Pessoa não sabe quem é. Diz de seguida que "outrora, onde o nada foi, / Fui o vassalo e o rei". Ser "o vassalo e o rei" é ser tudo, é ser o menos e o mais. Pode parecer paradoxal que ele nos diga que não sabe quem é, que pareça infeliz com a sua vida, quando de seguida nos diz que já foi tudo. Mas há que notar que ele foi tudo "onde o nada foi", ou seja, apenas na sua imaginação. Foi dentro da sua própria imaginação, no seu mundo ideal, interior, que ele foi tudo, vassalo e rei, pobre e rico, menor e maior, resto e consequência.

A sua dupla dor pode ser explicada pelo facto de ele ter sido tudo em imaginação (primeira dor) e nada na vida real (segunda dor).

Fui tudo que pode haver.
Ninguém me quis esmolar;
E entre o pensar e o ser
Senti a vida passar
Como um rio sem correr.

Na segunda estrofe ele reafirma que foi "tudo o que pode haver". Isto confirma o que dissemos, pois apenas se pode ser tudo em imaginação, num mundo idealizado, que nunca se concretiza. Nesse mundo ele era de uma riqueza imensa (ao ponto de ninguém poder pensar em dar-lhe uma esmola). Mas a realidade é que "entre o pensar e o ser", ou seja, entre a imaginação e a realidade da vida concreta, a vida passou, "como um rio sem correr".
Em resumo podemos ver que o poeta nos diz que tudo imaginou dentro de si. Imaginou grandes sistemas, grandes revoluções, e para si mesmo um papel de imenso destaque, enquanto inovador, escritor, poeta, génio, político. Mas nada disso se tornou real. Todas as suas ideias ficaram apenas como ideias por concretizar. E a sua dor é duplicada por esse mesmo facto - de as saber valiosas e reais em si mesmas e da sua vida não se ter transformado na realidade dessa imaginação. Entretanto, enquanto ele pensava as ideias e esperava que elas se tornassem realidade, a sua vida real foi passando, ele foi envelhecendo e foi crescendo nele o desespero e a consciência de que nada iria realmente acontecer. A vida passou-lhe, como um rio sem água, porque na realidade foi uma vida vazia, uma vida sem significado, porque nenhuma das suas ideias vieram ter com ele ao mundo exterior.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Imagem do Dia...CARPETE DE FLORES EM BRUXELAS

ENORME CARPETE DE FLORES FEITA NUMA PRAÇA EM BRUXELAS...UMA DEMONSTRAÇÃO DA CAPACIDADE E INTELIGÊNCIA HUMANA...ANTES ISTO QUE FABRICAR ARMAS!!!


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Notícia(s) do Dia: Governo já assume derrapagem de três mil milhões na receita (E agora, meus amigos???Preparem-se!!!)



Governo já assume derrapagem de três mil milhões na receita


O Executivo admite arrecadar menos três mil milhões de euros em receitas fiscais face ao que está previsto no Orçamento Rectificativo.

O Governo já admite arrecadar quase menos três mil milhões de euros em impostos face ao que está previsto no Orçamento Rectificativo. Ao que o Diário Económico apurou, o Executivo reviu em baixa a previsão da receita fiscal para o conjunto do ano e prepara-se para apresentar à ‘troika', na quinta revisão do programa português, um valor que representa menos 8,5% de receita do que aquele que estava previsto.

A síntese de execução orçamental relativa ao mês de Julho, que a Direcção Geral do Orçamento vai publicar hoje, não deverá trazer boas notícias. Sobretudo no que toca às receitas fiscais, onde deverá ser possível verificar nova deterioração nos impostos directos - que em Junho haviam registado uma ligeira melhoria, à conta do aumento dos reembolsos de IRS. Mas o maior sinal de alarme deverá mesmo estar nos impostos indirectos, onde o desvio na cobrança de IVA, face ao objectivo para este ano, é cada vez maior.

De tal forma que, apurou Diário Económico, o Governo reviu em baixa a previsão da receita fiscal para 2012, em cerca de três mil milhões de euros - um pouco mais de 1,8% do PIB. Ou seja, em vez dos 35.135 milhões de euros de receita fiscal inscritos no Orçamento Rectificativo - apresentado no final de Março -, as Finanças estarão agora a trabalhar com uma previsão na ordem dos 32.135 milhões.


Fonte: Diário Económico ONLINE

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Imagem do Dia...A LEITURA

Esta nova pequena crónica tem como objectivo reflectir a Imagem do Dia, aquele momento que consideramos mais relevante, quer pela sua qualidade, quer pela sua ousadia, quer ainda pela sua interiorização. Pretendo assim, diáriamente, colocar uma foto de algo que faça com que a nossa reflexão seja "um olhar sobre o Mundo que nos Rodeia" e nos coloque questões perante a sociedade que vivemos. Espero que gostem!


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Poeta é um fingidor



A Minha Vida é um Barco Abandonado

A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado?

Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.

Morto corpo da acção sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.

Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.



Análise do poema "a minha vida é um barco abandonado"




O poema que se inicia com "A minha vida é um barco abandonado" é um poema ortónimo de Fernando Pessoa, ou seja, é um poema que Pessoa escreveu em seu próprio nome, não usando um dos nomes dos seus heterónimos.

A temática do poema tem a ver com a visão da vida pelo sujeito poético, que a compara a um "barco abandonado". O que quer isto dizer? Vejamos numa análise estrofe a estrofe do poema:



A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado?


O sujeito poético usa a metáfora do barco abandonado porque a sua vida se assemelha, quanto a ele, a algo saído da sua rota original desejada. Ou melhor, é um barco que nem sequer se chegou a fazer ao mar. A sua vida não chegou a iniciar-se realmente, não teve um significado maior, mais real. A vida "infiel (...) ao seu destino", é uma vida estranha ao seu próprio destino, ou seja, que não se chegou a cumprir. Existe, mas parada, sem acção, sem atitude. Ele questiona, por isso, porque ela não "ergue ferro e segue o atino / De navegar". Na realidade é o que todas as vidas parecem fazer, menos a dele. Todas as vidas correm, como barcos, numa direcção qualquer e apenas a dele parece parada, sem destino e sem movimento. Há aqui uma grande desilusão com a vida e, simultaneamente, uma sensação plena de afastamento em relação a ela.


Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.

Porque é que o barco não se lança ao mar (porque é que a vida dele não começa realmente)? O sujeito poético acusa a falha: "Falta quem o lance ao mar". Não se percebe quem será o culpado realmente, mas a suspeição cai perante o próprio sujeito poético. É Fernando Pessoa que se acha incapaz de lançar o seu próprio barco ao mar, a sua própria vida. Falta-lhe o ímpeto, a vontade de acção.


Morto corpo da acção sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.

Sem quem o lance, o barco fica assim "morto corpo da acção sem vontade / que o viva". Ou seja, é um acto por se cumprir, por falta de vontade. Há que compreender que Fernando Pessoa se refere a si mesmo quando fala assim por metáforas. Ele diz-nos que se sentia incapaz de fazer por ter uma vida melhor, com mais significado, que era incapaz de ter amigos verdadeiros, uma família, um objectivo comum como todos os outros homens. Por falta disso, ele estava só e afastado de tudo - imensamente infeliz e deprimido, sem vontade de nada, "vulto estéril de viver, / Boiando à tona inútil da saudade". Esta última frase é categórica e inegável. Estar a boiar à tona inútil da saudade quer dizer que se vive das memórias mas não se faz nada para sair desse estado de inacção.

Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.


Nesse estado de convalescença e inutilidade, nada se alcança, nada se consegue. Metaforicamente os limos esverdeiam a quilha do barco e o vento abana-o sem o mover. Para além do mar estará a "ansiada Ilha" que é, nela própria, o objectivo de conseguir alguma coisa. A Ilha representa a vida que o sujeito poético não consegue ter e que nem sequer se imagina a conseguir ter, de tão distante. Para ele, desesperado, a Ilha bem poderia estar para além de todos os mares e de todos os horizontes. Ele nem sequer consegue pôr o seu "barco" a navegar.